" Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta,
anunciou:
vai
carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,esta espécie aindaenvergonhada.Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar
mentir.Não sou feia que não possa casar,acho o Rio de Janeiro uma beleza e ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que
sinto escrevo.
Cumpro a sina.Inauguro linhagens, fundo reinos— dor não é amargura.Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade
de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.Vai ser coxo na vida émaldição prahomem.Mulher é desdobrável.
Eu sou."
...isso
segundo Adélia Prado
4 comentários:
Denise, somente hoje tive tempo para vir visitá-la com calma, conhecer seu espaço, ler seus posts, atuais e antigos, ver suas imagnes. Gostei muito do que li e vi, sensível, bonito e inquieto. Estou colocando um link seu no enredosetramas, viu? Beijo!
Se Chico Buarque é o homem que mais entende a alma feminina, Adélia Prado escancara essa alma....
Grande sensibilidade Dê ao escolher este poema que fala tanto a todas nós...
abraos
lia
É Janaina,inquieta e intensa talvez sejam outras qualidades ou não (risos),que fazem parte de mim.
Beijos
Denise
Sim lia
Adelia,tem esse jeitão de ser mulher que encanta e porta a bandeira com maestria.
beijos
Denise
Postar um comentário