22 agosto, 2007

Cautela

Nesta fase de minha vida,identifico-me com a raposa, um animal com
medo de ser cativado e de sofrer e que,agora, depois de muito tempo, esteja
pronto para baixar a guarda.


Nunca estive tão docil,como
agora.

Continuo cautelosa, mas estou dócil e afetuosa,
respiro fundo,fecho os olhos e tento separar as rosas dos
baobás.


"- Vem brincar comigo, propôs o
principezinho. Estou tão triste...- Eu não posso brincar contigo, disse a
raposa. não me cativaram ainda.Tu não és para mim senão um garoto inteiramente
igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens
também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil
outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro.
Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...Mas a raposa
voltou à sua idéia. - "
Minha vida é monótona. Eu caço
as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens
se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas,
minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será
diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu
me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá
longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos
de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor
de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é
dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no
trigo...

Denise

Um comentário:

Anônimo disse...

Blanche
Muito emocionada aqui com que li. Não quero nem comentar, pois este medo existe em todos nós! Beijossss com lágrimas!