06 dezembro, 2008

♥ Carta ao Papai Noel


Papai Noel ,
houve um tempo que acreditei muito em você.

Era fácil quando tinha quem mantivesse todos aqueles presentes nas
lindas árvores que montávamos, uma na fazenda, uma em casa e uma na casa da
vovó, alem das mesas repletas de gostosuras.

Abríamos
a noite os presentes que ficavam na casa da vovó e no almoço já em casa,
nos deliciávamos na bagunça que era fazer tudo de novo.

À noite do dia 25,
rumávamos em caravana, tios, primos, todos para a fazenda, época de colheita
onde todos se programavam para férias-trabalho, porque lá a folga era pouca,
mas o trabalho divertidíssimo.

Estaria a nossa espera, uma árvore linda feita de galhos e gravetos , de um bom gosto próprio de pessoas da roça, que sabem fazer o mágico, com coisas da terra.


Estaria ela também, rodeada de presentes nos esperando.

Meus presentes preferidos eram sem sombra de duvida, os que ficavam por lá.

Lá juntávamos os todos os colonos e seus filhos , em torno da árvore e do presépio que era o mimo precioso de minha avó para a entrega dos presentes.

Era uma farra, eles deslumbrados com algumas coisas da cidade grande, e nós deliciados com aqueles lindos carrinhos, banquetinhas, carrinhos de boneca, peões, tacos, feitos pela mão habilidosa do seu Antonio.

Isso sem falar de todas aquelas bolachinhas, biscoitinhos e docinhos caseiros que Joana, a ajudante da vovó, fazia com suas mãos de fada e nos entregava em saquinhos presos por um barbante .

Era sua maneira de mostrar que nos amava como filhos dela.

Quantas saudades daquela mulher de mãos ásperas e coração macio

Tinha ela,alem de todo esse amor e cuidado, uma paciência incrível.

Foi com ela que aprendi a cozinhar, cuidava para que eu não caísse do banquinho
onde me equilibrava para alcançar o fogão de lenha e para que não
estragasse nenhum de seus quitutes com minha mania
de querer saber sem nem antes ter certeza.

Os tacos e os peões eram os meus preferidos, ficava ansiosa para chegar logo o dia seguinte.

Parte de um dos terreiros usados para secagem do café, era transformado em um campinho onde jogávamos taco e brincavamos com peão até escurecer.


Nos outros dias acabado o Natal da fazenda, só poderíamos brincar bem à tardinha,
que era quando acabávamos nossas obrigações, mesmo nós os netos do dono
trabalhávamos, junto a nossos pais, primos mais velhos e todos os colonos.

Os Natais nessa época era especiais.

Com o tempo, fomos crescendo, nos dispersando cada um para seus idéias e lutas.

Vovó desencarnou quando eu estava com 10 anos e meu avô um ano depois.

Os filhos tentaram, manter as coisas como antes, mas não tinham a tenacidade de
meu avô e o pulso firme e determinação em manter todos unidos que tinha a minha
avó.

Depois dessa época você passou a ser apenas um cara chato, vestido com roupa
espalhafatosa, que ficava sentado em poltronas das grandes lojas.

Você para mim já não existia mais como o sonho que movia minhas mais deliciosas
lembranças, mesmo que os natais ainda continuassem a ser comemorado.

Com os filhos já nascidos revivi com eles algumas dessas delicias,não havia
mais a fazenda,com toda a mágia encontrada por lá.

O tempo passou eles cresceram,e chegou um tempo que
eles também já não o levavam muito a serio assim como eu.

O engraçado Papai Noel, é que hoje, feita mulher ,adulta e madura,acredito em você,
tenho necessidade de acreditar, para poder dar aos meus netos um pouco desse
espírito que nos move de encontro aos nossos sonhos.

Hoje Papai Noel, acredito, que é sempre possível, viver grandes momentos de amor fraternal e que mesmo em meio a tantas loucas noticias que vemos por ai o mundo esta melhorzinho.

Por isso vim aqui lhe pedir, apenas algumas coisinhas:

-Ajude-nos a ter fé, fé nos sonhos, para que fortalecidos por essa mesma
fé,possamos ,enfim tornar esses mesmos sonhos em realidade.

-Algumas lentes de aumento viriam a calhar ,Papai Noel,para que possam elas,fazer com que enxerguemos as melhores sementes.


-Luvas de jardinagem ajudariam bem viu, para plantarmos a nossa melhor colheita.

Sobretudo lhe peço,Papai Noel, que tenhamos LUZ, para termos os caminhos sempre iluminados por um pouco de sabedoria.

Ah Papai Noel, talvez eu tenha misturado tudo não é?

Papai Noel, Papai do céu...

Não importa não é?

Você é o cara!

Chega na forma de alegria e esperança, para nos mostrar que é sempre muito bom estar vivo.

Denise

2 comentários:

básica disse...

Li..........

ultimamente eu só tenho pedido a Papai Noel pra não me livrar das esperanças e das boas lembranças,
e tratar de cultivar os ganhos que tive nessa vida... como amizades tão tão Marassssssssss

básica

Anônimo disse...

Nenhum Natal que passei nesses anos todos da minha existência, foi inesquecível. Deixei de acreditar nele, quando aos 5 anos, vi minha mãe colocar os presentes ao lado da minha cama na madrugada.

Mas tem uma coisa que concordo plenamente com você. Devemos não só todos os anos, mas sim todos os dias, pedir a Ele que nossas esperanças de dias melhores e afortunados jamais feneçam.

Peço a Ele, que cuide de meus peixes, de meus amigos, minha avó, meus familiares em geral e de todas aquelas pessoas que não tem por quem pedir.

Beijo grande