Um que lembre cheiros adocicados,
mas não tão doce que cause enjôo
Um bem novo que bata em descompasso
só quando eu permitir.
Que seja vermelho, com matizes Bordô,
gosto de vermelho assim quando se intensifica .
Tem que ser cauteloso
Tem que ignorar o sentir saudades
E que cante, em cadência ritmada,
tal qual um samba canção.
Preciso de um novo,
para colocar no lugar desse que
se encheu de tantos amores .
Anda cansado, meio enferrujado
E ousou, ousa e se continuar,
ousará me desobedecer.
Impossível o que peço?
Será então que se diminuir minhas exigências ?
Conseguirei que um pouco do que o que reivindico aconteça?
Está bem serve esse mesmo,
mas por favor, que ele tenha
conserto e seja mais obediente.
De
Meu coração é uma planta carnívora morta de fome.
Faquir involuntário,
cascata de champanha,
púrpura rosa do Cairo,
verso de Mário Quintana,
vitrina vazia,
navalha afiada,
figo maduro,
papel crepom
e um milhão de etcéteras!
(Caio Fernando Abreu)
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